segunda-feira, 5 de março de 2012

A criança de 3 anos

Em conversa com vários pais durante o tempo em que leciono na Educação Infantil, sempre há questionamentos quanto ao desenvolvimento social e físico do filho. E para entendermos melhor as atitudes e ações dos pequenos nesta idade (3 anos), é necessário conhecer o perfil, capacidades e habilidades da criança nesta faixa etária, facilitando assim o entendimento acerca das atitudes da criança.


DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM: FALA MAIS CLARA
As crianças nesta idade gostam de cantar canções de todo o tipo, infantis e as que ouvem os outros cantarem. Ela também é capaz de responder a perguntas e fazer as suas próprias. Às vezes liga menos para a resposta e mais para o simples fato de estar mantendo um diálogo. Note também como ela começa a descrever o que vê ou faz e a usar palavras para qualificar as coisas ("o carro azul da vovó) por exemplo. Muitas crianças já usam conjugação verbal correta, assim como plural das palavras.
Dicas:  - Quando a criança falar algo errado, repita a palavra certa para que grave o correto.
- Não a recrimine, nem a estimule (rindo), muito menos fale errado com ela. Isso prejudica o desenvolvimento da fala.

DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SOCIAL: AMIGOS IMAGINÁRIOS
Já ouviu o estranho pedido de colocar um lugar a mais à mesa para o jantar de um amigo imaginário? Essas criaturas do mundo da fantasia de forma nenhuma indicam que seu filho está se sentindo solitário ou tem algum problema. Na verdade, é justo o contrário: crianças que cultivam amigos imaginários tendem a se tornar adultos criativos, sociáveis, independentes e felizes. Esse tipo de amigo pode ser um ser humano ou um animal e geralmente tem nome e personalidade. Mistura de confidente, parceiro de brincadeiras, protetor e bode expiatório, ele ajuda a criança a praticar como se constrói um relacionamento e permite que ela esteja no controle -  algo muito diferente de sua rotina diária. 
Observe como seu filho interage com esse amigo. Pode ser fonte de boas informações sobre o que lhe causa medo ou nervoso. Se o tal do amigo tem medo de bruxa, é bem provável que este seja o do seu filho também. 
Embora seja importante respeitar o amigo imaginário, procure não se envolver demais no assunto. Evite, por exemplo, usar o amigo para manipular o seu filho dizendo algo como "o  Joãozinho comeu tudo, por que você não come também?". 

AMIGOS, AMIGOS BRINQUEDOS À PARTE:

 A criança está  menos autocentrado do que há um ano atrás, mas ainda não consegue dividir muito bem suas coisas. Às vezes encontra até um jeito meio desengonçado de expressar que gostaria de brincar com alguém tirando um brinquedo dele. Algumas crianças conseguem resolver seus conflitos por conta própria, mas a maioria ainda corre para um adulto a fim de pedir socorro ou mesmo ao choro. Essa é uma chance de aproveitar para ensinar a dividir as coisas melhor : "Deixa o André brincar com o baldinho primeiro, depois vai ser a sua vez". Grande parte das crianças desta idade, ainda aprendendo sobre a arte de negociar, topa esse tipo de oferta. 

A INDEPENDÊNCIA:

- Estimule seu filho a ser independente com segurança.
- Compartilhe com ele brincadeiras dentro e fora de casa, como em parques.
- Leve-o para passear e conhecer coisas diferentes.
- Conte histórias e apresente livrinhos com história simples e desenhos coloridos.
- A criança pode e deve brincar com outras crianças também, sempre que possível.
- É comum nessa fase aparecerem comportamentos agressivos quando a criança é contrariada ou quer algo. O melhor nessa fase é contê-la com carinho, firmeza e serenidade, esperar que se acalme para conversar com ela. O equilíbrio emocional também é um amadurecimento, por isso precisa ser treinado. Isto é, a agressividade não pode ser totalmente reprimida, mas também não deve ser completamente aceita pelos pais.

O COMBINADO: CRIAÇÃO DE HÁBITOS

É na primeira infância que devem ser inculcados os hábitos; assim, de modo habitual, os filhos vão fazendo a aprendizagem do esforço. Logicamente cada família tem o seu estilo de vida e suas circunstâncias, se bem que deve haver regras no lar, para fazer-se obedecer e tornar mais agradável a convivência de todos. É necessário manter o costume de se cumprir o que for estabelecido, embora uma vez ou outra se possa ter a flexibilidade de fazer alguma mudança. Quando  isso ocorrer, devido a circunstâncias extraordinárias, pelo fato de as crianças viverem o momento presente, é aconselhável prever e avisá-las com antecedência - e dessa forma é feita na escola, o famoso "combinado".



Veja o pedido de uma criança a seus pais. Vale a pena assistir. Até a próxima!!!





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