segunda-feira, 18 de novembro de 2013

SEXUALIDADE NA INFÂNCIA

A reação da grande maioria dos adultos depois que seu filho faz perguntas do tipo "Como eu nasci?" ou "Como o meu irmãozinho foi parar dentro da sua barriga?" e mesmo quando "flagramos" a criança brincando com os seus órgãos genitais é de surpresa e, em alguns casos, de constrangimento.

Os valores culturais e morais, ainda que diferentes e mais abertos do que anos atrás, ainda nos remetem infância à pureza e inocência. Crianças são puras e inocentes no sentido de que quando brincam de médico ou tocam suas partes íntimas não tem idéia de libido e sexo como os adultos, apenas estão se descobrindo e sentindo prazer no que fazem.

São os adultos que erotizam as atitudes da criança, dando um sentido distorcido, proibido e, por vezes, sujo. Essa não é a melhor maneira de lidar com a sexualidade infantil. E como já vimos, sexualidade não é sexo.

A criança desde que nasce está desenvolvendo a sexualidade. Começa pelo desejo e prazer de se alimentar, de descobrir os pezinhos e as mãos e levar tudo à boca. Quando começa a se distinguir do outro, descobre as diferenças entre homens e mulheres e meninos e meninas, brincando até com os órgãos sexuais do coleguinha. Tudo naturalmente, dependendo da atitude dos pais diante essas descobertas.

Caso os pais vejam a criança acariciando seu órgão genital na frente de outras pessoas, ao invés da bronca, diga para seu filho que isso é um ato íntimo e não pode ser feito na frente de outras pessoas ou simplesmente chame-o para brincar de outra coisa.

COMO AGIR- Se for brincadeira com outro coleguinha da mesma idade, deixe passar e converse sobre o assunto depois ou peça para que eles parem a brincadeira, pois o papai ou a mamãe precisam de ajuda, sem soar como recriminação. 
Já uma masturbação excessiva é significativa de alguma alteração emocional. Procure um profissional para melhor avaliação e orientação tanto para a criança quanto família.

Agora, diante de perguntas que peguem papai e mamãe de "calças curtas", o ideal é responder até onde a curiosidade da criança alcança. Informações de menos levam a criança satisfazer a curiosidade em lugares muitas vezes inadequados. Informações de mais, como uma aula completa sobre como o irmãozinho foi parar dentro da barriga da mamãe podem fazer confusão na cabecinha da criança ou mesmo superestimular seu filho.

Para começar a responder qualquer pergunta do seu filho, responda com outra pergunta para saber até onde a curiosidade chega. Por exemplo: se a pergunta for como os bebês vão parar dentro da barriga, pergunte a ele como ele acha que os bebês chegam nela. E então comece a sua explicação.
Já as mentiras contadas pelos pais farão com que as crianças não confiem mais na relação e a conversa sobre sexualidade seja um canal fechado, tendo como conseqüência mais tarde uma gravidez indesejada ou mesmo vergonha de falar sobre um abuso sexual.

Abuso sexual é outro motivo para que se fale sobre sexualidade desde pequeninos. Já se pode explicar para crianças de até três anos sobre as partes do corpo e que adultos não podem acariciar certas partes. Mesmo orientar brincadeiras com crianças da mesma idade e não com crianças mais velhas.
Tudo o que é passado para as crianças com transparência e naturalidade, sem preconceitos e mentiras, é desenvolvido da melhor maneira sem traumas ou conseqüências.

Bruno Rodrigues
Acessado em: http://guiadobebe.uol.com.br/bb5a6/sexualidade_na_infancia.htm

Definições sobre sexualidade na idade de 0 a 11 anos:

Sexualidade  humana nasce com o indivíduo e se transforma constantemente ao longo de toda a sua evolução

O a 18 meses:
Sensações de prazer vindas da exploração oral (mamar, sugar, chupar dedo, levar coisas à boca)
* Conhecimento e exploração do próprio corpo (identidade corporal)
* Formação da identidade genital (brinca com os genitais na hora do banho ou da troca da fralda)


18 meses a 3 anos:
Interesse pelas diferenças entre adultos e crianças
- Consciência da identidade de gênero (sente que pertence ao grupo dos homens ou das mulheres)
- Aprendizado do controle esfincteriano (sensações de prazer vindas da região anal)

**Entre 2 e 3 anos de idade, vive-se a Fase Anal. Nessa hora ocorre aquilo que chamamos de "desfraldamento", quando há o contato real e visual com suas produções fisiológicas e o controle dos esfíncteres (músculos anulares que, por contração ou relaxamento, regulam o trânsito de órgãos como bexiga e intestino). Esta etapa da sexualidade infantil também requer atenção, pois um "desfralde" complicado pode gerar insegurança e "rejeição" ao próprio corpo. Exemplo de crianças que ainda requerem a presença da mãe para realizar sua higiene, é consequência de uma Fase Anal mal trabalhada.


3 a 6 anos:
- Reconhecimento das diferenças entre os sexos (olha e toca o próprio corpo e o de outras crianças, manipula os genitais, brinca de “médico”)
- Interesse sobre a origem dos bebês
- Aprendizado dos papéis sexuais (comportar-se como homem ou como mulher)

**Dos 4 aos 6 anos, com relação a sexualidade infantil, a criança vive a Fase Fálica, em que ocorrem as maiores explorações e descobertas a respeito de seus órgãos sexuais. Nesse momento, eles também percebem a diferença entre o corpo feminino e masculino de maneira mais evidente, e há mais interesse no corpo do outro. A masturbação é recorrente, mas nessa fase a criança não tem consciência nem malícia no ato que se resume em um gesto gostoso, que faz bem ou serve como instrumento antiestresse. Ela alivia tensões decorrentes de alterações da rotina ou ajuda a "descarregar" as emoções. Por isso, os pais não devem ridicularizar, proibir ou cercear este movimento. Dessa forma, podem bloquear o contato da criança com o próprio corpo.

6 a 9 anos:
- Brincadeiras sexuais consigo mesmo ou com crianças do mesmo sexo
- Interesse crescente por assuntos sexuais
- Aumento das influências externas – família, escola, igreja, amigos, mídia (modelos educativos mais repressores ou mais liberais)

9 a 11 anos:
- Interesse e atração pelo sexo oposto de forma platônica
- Fase de vergonha do corpo (retraimento nas atividades mais íntimas, necessidade de privacidade)
- Aumento da atividade auto-erótica (masturbação)
- Aumento da procura de informações sobre sexo (principalmente sobre as mudanças da puberdade)




Dicas de livro sexualidade infantil:
A mamã pôs um ovo! 
Autora: Babette Cole  / Editora: Planeta Júnior

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A professora Doutora Cláudia Bonfim faz um excelente pronunciamento, abordando o assunto de forma correta e equilibrada.

Vídeo: Sexualidade na Infância e Adolescência Profa. Dra Cláudia Bonfim

                                                                                        

** Adultos ou crianças, somos todos humanos, e esta condição nos faz sentir, desejar e querer. Por isso, para não serem pegos de surpresa com as perguntas e atitudes dos filhos, os pais precisam se informar, ler. Em caso de dúvida, vale buscar orientação profissional e trabalhar as inseguranças diante do tema.
Se nossas casas são invadidas por cenas picantes em qualquer horário e nossos e-mails recebem mensagens maliciosas, precisamos estar preparados para responder aos questionamentos das crianças. Lembre-se: a criança que pergunta está pronta para a resposta, desde que a explicação seja adequada para sua idade. Não delegue a outro o direito de responder e dialogar com seu filho. Olhe bem nos olhos da criança e responda com franqueza, conquiste sua confiança e garanta a formação de adultos mais seguros. 

Referências: **Valesca Souza - Psicóloga Clínica - Especialista em Neuropsicologia


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